sexta-feira, 31 de março de 2017

O Trem da Insensatez

Ultimamente não é incomum encontrar ideias que trilham o contrassenso. Todavia isso não é de todo ruim, pelo contrário, é bom, caso saibamos o que fazer.


Recentemente me deparei com um artigo cujo título é "Cientistas explicam porque as pessoas inteligentes preferem menos amigos". Automaticamente, já montei a equação na minha cabeça (Inteligência = 1 / Amizade); inteligência é inversamente proporcional ao número de amigos, ou seja, quanto menos amigos você possui, mais inteligente você é. Fica ainda melhor se colocarmos assim, se você tem muitos amigos, então você é um baita de um animal (mas que porra é esta?).
Logo em seguida a equação, veio outro pensamento até mais simples. Se os átomos se reúnem para formar a matéria, assim como as células se especializam e se juntam para formar um tecido, então evoluir implica na tendência de agregar. Logo, o que aconteceria se as plaquetas resolvessem não se aglomerarem diante de um corte na pele? Pense comigo, você se corta e no processo de cicatrização aquela plaquetinha do canto resolve não se unir a outra; com ela ali não tem negócio, deixa a ferida aberta, grita a plaqueta marrenta. Diante do motim 'cicratizacionista', logo se nota a razão filosófica da hemofilia ser considerada uma doença.

Dito isso, ao invés de realizar apologia do próprio ponto de vista - enaltecendo aspectos da crítica pela crítica - e a censura do ponto de vista alheio, cabe então tentar entender o porquê de tal ponto de vista (exercício da empatia). Logo, neste momento se faz necessário uma pergunta, porque ter menos amigo é sinal de inteligência?

Na tentativa de responder esta pergunta, a primeira premissa que considerei foi afirmar que tudo aquilo cuja ausência fortalece o efeito de uma força motriz contra o movimento deve se tido como obstáculo. Então, tudo que existe na criação sobre o que se tenha algum poder, podemos utilizar como simples meio. Logo somente o homem e, com ele, toda criatura racional é um fim em si. 

Ou seja, não podemos passar muito tempo nos preocupando com outro sujeito, pois perdemos de vista nossos próprios objetivos e desempenho. Os melhores realizadores (Donald Trump, Bill Clinton, Steve Jobs, Ayrton Senna, Clint Eastwood, Kung Fu Panda, Et cetera) acreditam em si e em seus planos, e trabalham incessantemente para assegurar que seus planos sejam merecedores de sua fé. Tornando um círculo positivo, com o trabalho reforçando a vontade, que estimula mais trabalho.

Contudo, se evitarmos análises concretas, confiando apenas em nosso instinto, eles nunca serão adequadamente treinados. Ou seja, todas as habilidades devem ser usadas regularmente e, se há pretensão de melhorá-las, devem ser treinadas à exaustão. Expondo a controvérsia equação da natureza versus educação, que não pode ser resolvida tão facilmente. 

Observo, diariamente que muitas vezes nos apressamos a descartar ideias e soluções aparentemente excêntricas, especialmente em área nas quais os métodos conhecidos estão em vigor há muito tempo, evidenciando a aquisição do hábito - na qualidade de remanejamento e renovação do esquema corporal oferece grandes dificuldades para as filosofias clássicas, sempre levados a conceber a síntese como uma síntese intelectual (brinco sempre com o que chamo de a teoria do dois cliques). Todas as coisas, quando exercem sua virtude ou potência – quer dizer, quando agem, mudam para melhor e se estendem na ação (será?).
Se o grão de trigo que cai na terra não morrer, permanecerá só; mas, se morrer, produzirá muito fruto.
Porque ter menos amigo é sinal de inteligência?
Engana-se fortemente quem infla o ego com descabida assertiva.

Fernando Diz

quinta-feira, 2 de março de 2017

A Consistência não contraria a Adaptabilidade

Evolução implica em adaptação. 

Logo, pergunto, como se adaptar sem deixar de consistir? Tomando o consistir em sua naturalidade inacabável da expansão do ser, ou seja, se desconstruir e se construir em si mesmo, sem deixar de ser o que é e o que foi.

Para isso é indispensável estratégias para manter nossas táticas no rumo certo. Ter consciência tanto das preferências, quanto dos preconceitos é tão importante quanto a capacidade de se observar, pois a dificuldade do ser diante da unidade e do todo surge no momento em que manter nossas decisões e opções em alerta, implicando o não adiantamento de inevitáveis decisões.


De qualquer forma, a superação entre as descrições neoplatônicas e aristotélicas da origem, entre as bases transcendentais e os primórdios empírico ou naturais, ajudam a encaminhar para uma solução do problema.

Invocar a imaginação não é uma contradição à necessidade de disciplina. Criatividade e ordem devem reinar juntas para servir de guia ao cálculo. As circunstâncias e o instante nos informam quando é necessário quebrar a rotina e, nos momentos de pressão, precisamos manter a calma e a destemida determinação. O medo e ansiedade são os grandes inimigos da transformação. Causa estagnação e de uma forma ou de outra, impede o fluxo natural da vida, afastando a pessoa da capacidade de crescimento pessoal.

Assim, essa insatisfação ou inquietação da “alma” não pode ser sentida antes do conhecimento da obrigação e de fazer dela o fundamento dessa obrigação. Nada disso é importante no sentido de contemporaneidade, pois a transcendência da vivência em experiência, como objetivo primordial da base existencial, é a imprescindível vontade de abrir a própria essência, afim de poder penetrar na essência do universo presente na mais imperceptível singularidade da matéria. 

Em nossa imaginação, sempre inclinada por natureza a exaltar-se, e, ainda, excitada pela poesia, fornece ao corpo um conjunto de seres, onde ocupamos sempre um lugar, o mais insignificante.

A consciência é o ser para a coisa por intermédio do corpo. Um movimento é apreendido quando o corpo o compreende, ou seja, quando ele incorpora-se ao mundo. E mover a própria essência é visar as coisas através dela e deixá-la corresponder à solitude, que se exerce sobre ele sem nenhuma representação.

Dentro deste conjunto, a consistência da essência não contraria a adaptabilidade mundana.

Fernando Diz

quarta-feira, 1 de março de 2017

Reverência ao Destino

Li isso hoje e achei muito interessante.

"Falar é completamente fácil, quando se tem palavras em mente que expressem sua opinião. Difícil é expressar por gestos e atitudes o que realmente queremos dizer, o quanto queremos dizer, antes que a pessoa se vá. Fácil é julgar pessoas que estão sendo expostas pelas circunstâncias. Difícil é encontrar e refletir sobre os seus erros, ou tentar fazer diferente algo que já fez muito errado. Fácil é ser colega, fazer companhia a alguém, dizer o que ele deseja ouvir. Difícil é ser amigo para todas as horas e dizer sempre a verdade quando for preciso. E com confiança no que diz.

Fácil é analisar a situação alheia e poder aconselhar sobre esta situação. Difícil é vivenciar esta situação e saber o que fazer ou ter coragem pra fazer. Fácil é demonstrar raiva e impaciência quando algo o deixa irritado. Difícil é expressar o seu amor a alguém que realmente te conhece, te respeita e te entende. E é assim que perdemos pessoas especiais. Fácil é mentir aos quatro ventos o que tentamos camuflar. Difícil é mentir para o nosso coração. 

Fácil é ver o que queremos enxergar. Difícil é saber que nos iludimos com o que achávamos ter visto. Admitir que nos deixamos levar, mais uma vez, isso é difícil

Fácil é dizer "oi" ou "como vai?" Difícil é dizer "adeus", principalmente quando somos culpados pela partida de alguém de nossas vidas... Fácil é abraçar, apertar as mãos, beijar de olhos fechados. Difícil é sentir a energia que é transmitida. Aquela que toma conta do corpo como uma corrente elétrica quando tocamos a pessoa certa. Fácil é querer ser amado. Difícil é amar completamente só. Amar de verdade, sem ter medo de viver, sem ter medo do depois. Amar e se entregar, e aprender a dar valor somente a quem te ama. 

Fácil é ouvir a música que toca. Difícil é ouvir a sua consciência, acenando o tempo todo, mostrando nossas escolhas erradas. Fácil é ditar regras. Difícil é segui-las. Ter a noção exata de nossas próprias vidas, ao invés de ter noção das vidas dos outros. Fácil é perguntar o que deseja saber. Difícil é estar preparado para escutar esta resposta ou querer entender a resposta. Fácil é chorar ou sorrir quando der vontade. Difícil é sorrir com vontade de chorar ou chorar de rir, de alegria. 

Fácil é dar um beijo. Difícil é entregar a alma, sinceramente, por inteiro. 

Fácil é sair com várias pessoas ao longo da vida. Difícil é entender que pouquíssimas delas vão te aceitar como você é e te fazer feliz por inteiro. Fácil é ocupar um lugar na caderneta telefônica. Difícil é ocupar o coração de alguém, saber que se é realmente amado.

Fácil é sonhar todas as noites. Difícil é lutar por um sonho". 

(Autor desconhecido)