quarta-feira, 28 de maio de 2014

In+transitivo #2

"Amar o perdido
deixa confundido
este coração.

Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não....


As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão.

Mas as coisas findas,
muito mais que lindas,
essas ficarão".

Carlos Drummond de Andrade

domingo, 25 de maio de 2014

Um Pedaço de Mim

"Não me prendo a nada que me defina. 
Sou companhia, mas posso ser solidão; tranquilidade e inconstância; pedra e coração.
Sou abraços, sorrisos, ânimo, bom humor, sarcasmo, preguiça e sono.
Música alta e silêncio.
Serei o que você quiser, mas só quando eu quiser"


Clarice Lispector

quinta-feira, 22 de maio de 2014

In+transitivo


N.E.M. não é apenas Dopamina


Publico um rascunho. Porque Hoje cansei do quadrado. Se gosta do papai e mãe. Levantem-se com a métrica para um tapa na cara, porque é o que vocês merecem. Hoje. Por Mentiras, bem mentirosas. Criando Falsas expectativas. Embriagando. Embriaguem-seSentindo. Pensando. 

Música. 
Prazer abstrato.
De um retrato.
Sensato.
Mimetiza cocaína.
De fato.
Provocado pela dopamina.

Eu poderia apenas dizer:
[...] aquela sensação gostosa quando ouvirmos música é associada diretamente com a liberação de dopamina no cérebro - o efeito musical
Todavia prefiro sentir. 
Efeito Músical.
Bate e atravessa.
Ao invés de derrubar.
Simplesmente nos fazem pensar.

E como diz a letra "Abra a mente para uma visão diferente".

Fernando Diz

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Alabama Monroe

Alabama Monroe é um puta filme!

Escolhi o filme meio por intuição. O cinema era todo meu, o que me fez ficar na dúvida sobre  a qualidade do filme, mas quando começou percebi logo de cara que o azar não era meu. 
O filme é  fantástico.

O longa-metragem é tão bom que como qualquer coisa boa da vida parece ser bem curtinho (111 minutos). Alabama Monroe fala de relações e como elas se formam. Fala da sutileza dos detalhes, onde reside as interseções que nos atraem, como também as peculiaridades que nos afastam, fazendo com que o telespectador seja gentilmente arremessado por profundos caminhos irônicos, onde momentos de tristezas e alegrias representam a essência da vida. Este filme provoca um enorme impacto dentro de quem o assiste. Entretanto, acima de qualquer coisa é um filme de amor.


Quem se permitir entrar no universo de Alabama Monroe terá uma uma experiência mágica que se estende eternamente. Digo isso porque tenho - constantemente - revivido o filme em minhas memórias, principalmente quando confronto o eu e o universo que me cerca.

Outro destaque do filme é a trilha sonora, que não tem como descrevê-la de tão boa e marcante. Toda trilha é desenvolvida pela banda de bluegrass The Broken Circle Breakdown, que também se apresenta fora das telas. As músicas ditam o ritmo dos acontecimentos e são responsáveis pela introdução de cenas alegres e tristes. A melodia se encaixa perfeitamente ao filme, fazendo como a história flua com naturalidade. 

"The boy who wouldn't hoe corn"


É um drama, dirigido pelo jovem Felix Van Groeningen, que conta a história de Didier, um músico de bluegrass, um legítimo cowboy que mora num trailer e cuida de uma pequena propriedade rural, é ateu e completamente apaixonado pela música. Sua vida muda quando conhece Elise, uma linda e jovem tatuadora, também apaixonada pelo que faz, mas com uma visão de mundo completamente diferente. Apesar das diferenças, Elise e Didier formam um casal apaixonado. A felicidade do casal parece completa com a chegada da filha, Maybelle, mas aos 06 anos de idade, a menina adoece gravemente e o casal enfrenta sua primeira crise.

Outra coisa que também poderia ser dito do filme é das relações metafóricas entre o ateu e a religiosa, como também do romântico incorrigível e a realista com os pés no chão, mas estas conexões dos opostos deixo para o telespectador que construirá normalmente a sua própria e intrigante versão do filme.

Vale muito a pena conferir, o filme fala de amor, dor, superação, fé e esperança, tudo isso enquadrado e explorado magistralmente pelo diretor. É com certeza de um leigo uma aula de cinema e uma referência cinematográfica.

Quem quiser saber mais sobre o filme pode clicar aqui.

Fernando Diz

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Brilhante Quino

"Gente é uma coisa muito séria"
Pelo menos é o que dizem, não é? 
Qual é a minha opinião? 
Sinceramente não sei!
Penso que é algo muito complexo de responder de imediato. Acredito que depende de diversos fatores, ou não. Talvez seja mais simples do que penso.

A verdade é: não sei o que pensar, nem o que lhe responder.
Ainda é uma questão muito volúvel para mim.

... Mas o que me fez escrever este post, foi um email que recebi. 
Nele dizia assim: "Gente é uma coisa muito séria. Seria cômico, se não fosse trágico. Quino, o cartunista argentino autor de Malfada, desiludido com o rumo que está tomando o mundo,  expressou seus sentimento a esse respeito ... Brilhante!!!".

E junto tinha estas tirinhas:









Achei fantástica a manifestação do artista para certos aspectos ligados a gente.

A pergunta que me fiz foi: "se o email não vinhesse com o texto, que de certa forma induz o espectador a um determinado tipo de interpretação, você saberia dizer se o autor faz realmente uma crítica a gente?".

Tentou responder?

Vamos lá ... Uma coisa que noto com uma certa frequência é como lidamos com a culpa. 
E se eu lhe pergunto: "de quem é a culpa do mundo ser assim?Minha que não é (risos).
Mas é exatamente isso, a culpa na maioria das vezes é sempre do outro.

O que eu quero lhe dizer, você vai entender nas próximas linhas.
Tomei a ousadia de adicionar legendas, por conta própria, a cada tirinha.

"Olhe meu filho isto é o carro. É uma grande invenção do homem. Serve para o transporte de pessoas e coisas.  Se não tiver dinheiro para por combustível, use suas pernas".


"Olhe meu filho isto é o computador. Também é uma grande invenção do homem. Serve para se informar, trabalhar e estudar. Nele você poderá se conectar ao mundo, só tome cuidado por onde navega, não dá para acreditar em tudo".

"Olhe meu filho isto é o telefone celular. Outra grande invenção do homem. No inicio servia apenas para comunicação, hoje tem diversas utilidades. Facilita as nossas vidas. Mas como qualquer outra tecnologia deve ser usada com moderação, não substitui os amigos, mas aproxima aqueles que estão longe".

"Filhão esta é a televisão. Também é outra  extraordinária invenção do homem. Serve para o entretenimento. Você pode assistir filmes, seriados, documentários, desenhos, cursos, entre outras coisas mais. Tudo isso enriquece a nossa cultura. Saiba observar, não precisa julgar se não gostar. Lembre-se, não é porque você não gosta de algo, que não preste. Respeite as diferenças ".

"Meu querido filho, preste muito atenção. O mundo vai tentar lhe convencer que ideais, costumes, honestidade são virtudes ultrapassadas, também vai ...."

"... tentar lhe convencer que devemos ser sempre egoístas. Ame-se sempre, mas assim como você se vê no espelho, você também vê o próximo ...."

"... vai tentar lhe convecer que com dinheiro você pode comprar tudo. Mas lembre-se que existem coisas que não se compram, apenas são sentidas".

"Saiba educar seus filhos, para que eles não sejam o reflexo do que vêem em casa".


Aí eu retomo a questão inicial: Gente é uma coisa muito séria, não é? 

Fernando Diz